domingo, 22 de novembro de 2009

Meu pequeno...

Não me lembrava que um dia eu tinha feito esse blog.
Fui percerber que ele existia ainda ao ler o Blog da Odele, mãe da Flávia. http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/
Eu não sei o que faria se algo acontecesse com meu filho. Não sei. E entro em desespero toda vez que pensamentos assim invadem minha cabeça. E invadem. Mesmo que eu não queira. Medo, medo, medo. Desespero.
Fui no quarto ver ele dormindo.
Fui de novo.
Hoje ele caiu de cabeça no chão. E foi culpa minha. Meu pequeno gosta de pular, jogar capoeira. Então eu fiquei de bananeira e perguntei se ele queria ficar também. Eu ia pegá-lo e segurá-lo, mas ele riu e se jogou com tudo antes que eu pudesse chegar. Fez uma bananeira linda, retinha, e desmoronou. Não teve nada. Acho aliás que me assustei mais do que ele! Mas como me senti péssima por isso. Não pude protegê-lo mesmo estando ao seu lado. E pior, culpada por ter sugestionado ele a fazer isso.
Quando eu estava grávida fiz aquele exame completo dos 5 meses, em que você vê tudo da criança. Liguei chorando para meu pai e falei: "Pai, ele tem duas pernas, dois braços! Ele é perfeito!". O pai do meu filho ao meu lado me olhou espantando e disse que parecia que eu falava de um boneco, não do nosso filho. Mas não. Não quero ser hipócrita. Que mãe não quer que seu filho seja perfeito? Pouco me importava se ele era menino, menina, eu queria que ele fosse perfeito. E ele é. Perfeito fisicamente. E não me sinto culpada por pensar assim. Quando vivemos numa adversidade, temos que nos erguer, por mais que isso não seja fácil. Odele faz isso com sua filha.
Mas é difícil. Muito.
Você ver seus sonhos, os sonhos do seu filho querido, indo embora. Tudo que a gente sempre quis sendo destruído.
Como será meu filho daqui a dez anos? O que ele vai usar? O que ele vai ouvir? Quem vai ser ele?
Queria ter essas certezas.
Não vou pedir a deus. Nem tampouco pedirei a Alah, ou a Buda. Mas essas são outras discussões que não quero entrar agora.
Eu não sou ninguém sem ele. Ele que me preenche, que me faz nos momentos de tristeza mais profunda querer estar perto. Ele nasceu para eu pousar e ele voar.
Às vezes me sinto péssima mãe. Tem dias que estou de saco cheio, que não faço o que ele me pede. Tem dias que acho que não me dedico tanto a ele quanto poderia e deveria. Mas isso talvez sejam só neuroses de mãe.
É que, sei lá, parece que nunca sou suficiente.
Eu canto para ele dormir.
Canto Chico Buarque, Novos Baianos...
Canto... e ele dorme ao balanço da rede!
Ele é lindo!
É o dia todo: "Mamãe, mamãe, mamãe, vem cá, mamãe...". E tem horas que tudo o que se quer são 10 minutos de silêncio. Mas quando estou sozinha é tudo o que mais desejo.
Tem noites que acordo desesperada. Cadê meu filho? Levanto, saio do quarto, corro a casa toda, até compreender que ele está dormindo na casa do pai! Ele dorme agarradinho a mim. Ou sou eu quem durmo agarrada a ele?
Só sei que não consigo imaginar minha vida sem ele...

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