quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

um poema de uma madrugada embriagada pensando em você...

De todos os ciumes que sinto
Aquele mais intrínseco 
É o de não poder te beijar
E eu sinto ciúmes de quem te beija
De quem sorri contigo
Ah, esse ciume é o que dói 
O de não ser
Podia ser uma prosa de amores desamados
Como qualquer outra prosa que já escrevi
Podia ser uma cantiga sobre um amor sofrido, não correspondido, um arremedo de ter você 
E podia ser qualquer coisa que não fosse esse desejo latente de te querer
Quem sabe só um sorriso
Um espreguiço
Quiçá você aninhado como eu não poderia ter
E podia ser só isso 
Se não fosse um desse risco 
De te querer sem tu me querer






terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Havia

Havia chegado o dia em que a poesia virou orgia nos bacanais
Havia chegado o tempo em que os sofrimentos eram tristes ais
Havia chegado a fala, o galo, a gala
Havia chegado o sexo, o inverso, o reflexo

E eu não sabia se havia chegado

Saudade

Tenho andado meio paranóica...
Por quê que o tempo passa mas não consigo te esquecer?
Você era meu porto seguro, meu amigo, meu companheiro.
Você que sempre ouviu meus lamentos, minhas queixas, minhas dúvidas... Meu choros!
É que é muito difícil pensar que nunca mais te verei. Mesmo longe, quando eu precisava de alguém, te mandava email, e você sempre respondia, me ligava, me acalmava. Sempre dizendo que ia parar de fumar, ia fazer a cirurgia, mas no telefone eu escutava aquela mesma voz rouca "Pois é minha amiga, voltei a fumar"...
Os espíritas dizem que não devemos chorar por quem não está mais aqui, nem ficar lamentando, que isso prende o espírito dessa pessoa. Se existe algo, espero que não esteja tendo dificuldades por minha causa. Eu tento, meu amigo, mas não consigo.
Você foi meu amor, meu companheiro, meu sexo... você foi sempre meu melhor amigo.
Os anos se passaram e você me viu trocar o cabelo, trocar o gosto musical, trocar as festas, trocar os estudos, trocar os amigos... Você me viu feliz, triste, com nojo... Me viu querendo experimentar algo novo, uma posição nova... Me viu sem saber se o que eu sentia por uma garota era só amizade ou desejo realmente (Apesar de você ter me dito para eu abrir o jogo com ela eu nunca consegui, amigo, ficou só nisso)...
Como era bom falar com você...

"É porque bem sei que quem tanto amei não verei jamais..."

domingo, 22 de novembro de 2009

Meu pequeno...

Não me lembrava que um dia eu tinha feito esse blog.
Fui percerber que ele existia ainda ao ler o Blog da Odele, mãe da Flávia. http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/
Eu não sei o que faria se algo acontecesse com meu filho. Não sei. E entro em desespero toda vez que pensamentos assim invadem minha cabeça. E invadem. Mesmo que eu não queira. Medo, medo, medo. Desespero.
Fui no quarto ver ele dormindo.
Fui de novo.
Hoje ele caiu de cabeça no chão. E foi culpa minha. Meu pequeno gosta de pular, jogar capoeira. Então eu fiquei de bananeira e perguntei se ele queria ficar também. Eu ia pegá-lo e segurá-lo, mas ele riu e se jogou com tudo antes que eu pudesse chegar. Fez uma bananeira linda, retinha, e desmoronou. Não teve nada. Acho aliás que me assustei mais do que ele! Mas como me senti péssima por isso. Não pude protegê-lo mesmo estando ao seu lado. E pior, culpada por ter sugestionado ele a fazer isso.
Quando eu estava grávida fiz aquele exame completo dos 5 meses, em que você vê tudo da criança. Liguei chorando para meu pai e falei: "Pai, ele tem duas pernas, dois braços! Ele é perfeito!". O pai do meu filho ao meu lado me olhou espantando e disse que parecia que eu falava de um boneco, não do nosso filho. Mas não. Não quero ser hipócrita. Que mãe não quer que seu filho seja perfeito? Pouco me importava se ele era menino, menina, eu queria que ele fosse perfeito. E ele é. Perfeito fisicamente. E não me sinto culpada por pensar assim. Quando vivemos numa adversidade, temos que nos erguer, por mais que isso não seja fácil. Odele faz isso com sua filha.
Mas é difícil. Muito.
Você ver seus sonhos, os sonhos do seu filho querido, indo embora. Tudo que a gente sempre quis sendo destruído.
Como será meu filho daqui a dez anos? O que ele vai usar? O que ele vai ouvir? Quem vai ser ele?
Queria ter essas certezas.
Não vou pedir a deus. Nem tampouco pedirei a Alah, ou a Buda. Mas essas são outras discussões que não quero entrar agora.
Eu não sou ninguém sem ele. Ele que me preenche, que me faz nos momentos de tristeza mais profunda querer estar perto. Ele nasceu para eu pousar e ele voar.
Às vezes me sinto péssima mãe. Tem dias que estou de saco cheio, que não faço o que ele me pede. Tem dias que acho que não me dedico tanto a ele quanto poderia e deveria. Mas isso talvez sejam só neuroses de mãe.
É que, sei lá, parece que nunca sou suficiente.
Eu canto para ele dormir.
Canto Chico Buarque, Novos Baianos...
Canto... e ele dorme ao balanço da rede!
Ele é lindo!
É o dia todo: "Mamãe, mamãe, mamãe, vem cá, mamãe...". E tem horas que tudo o que se quer são 10 minutos de silêncio. Mas quando estou sozinha é tudo o que mais desejo.
Tem noites que acordo desesperada. Cadê meu filho? Levanto, saio do quarto, corro a casa toda, até compreender que ele está dormindo na casa do pai! Ele dorme agarradinho a mim. Ou sou eu quem durmo agarrada a ele?
Só sei que não consigo imaginar minha vida sem ele...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Trem-bala

Meu sentido vai em linha
Rumo ao seu pensar
Vai mais rápido que trem-bala
Mil paisagens em alta-voltagem

Para quando chegar ao fim
Não ser o fim!
Ser o começo!

Ou não...

sábado, 13 de setembro de 2008

Tem sábados que a gente deseja que tudo seja diferente...
Que flores batam na sua porta...
Que passarinhos cantem mais do que cantam em sua janela...

Tem sábados que o dia podia acordar mais bonito...
Com mais sol do que o que brilha...
Com mais sons do que as crianças a brincarem lá em baixo...

Só isso...
BomBoms...
Flores...
Cachoeira...

Tem sábados que é isso tudo o que a gente quer...